sábado, 21 de janeiro de 2012

força do destino

            Uma moça de uma cidadezinha do interior, queria muito viver na boa vida; sonhava com luxo e riqueza. Porém,não se esforçava para conseguir algo melhor. Pensava em dar o golpe do baú.
Os moços da cidade, sabendo da sua intenção, namoravam-a apenas para tirar um casquinha e caiam fora. 
Certo dia apareceu na cidade um caminhoneiro todo cheio de galanteio dizendo-se ser filho de fazendeiro. Assim que ela o viu, não exitou em conquistá-lo. Começaram à namorar e, ficaram noivos com apenas 2 meses de namoro. E logo marcaram o casamento. O caminhoneiro fingindo estar apaixonado, lhe pede a prova de amor. Coisa naquele tempo era quase
 impossível. Ela pensando único e exclusivamente no luxo e boa vida  que ia viver; cedeu o que rapaz queria. Até que o grande dia  tão esperado chegou.


A igreja toda enfeitada e todos esperavam  a chegada do noivo.   



A noiva com o carro na porta esperando o noivo chegar, e nada.
Esperaram mais de uma hora e o noivo não chegava.
Os pais e os padrinhos todos apavorados, não sabiam como dar explicações aos convidados.
A moça chorava copiosamente pensando na burrada que cometeu!
Todos os convidados e padrinhos foram embora para casa, e o casamento foi adiado.
Como o rapaz era caminhoneiro todos pensaram num possível acidente, ou assalto, enfim, algo desagradável e trágico!









O tempo passou e nada de notícia do jovem caminhoneiro.
Não foi difícil para o pai da moça perceber que tratava de safadeza do jovem.
O tempo foi passando e a mocinha tentando esconder a barriga que ia crescendo aos poucos. Até que um dia não teve jeito. O seu pai percebeu e ficou uma fúria.
Caboclo do sertão, sem cultura, naquele tempo não aceitava esse tipo de acontecimento.
Sem piedade mandou que a moça fosse embora de casa.





A mãe tentou argumentar, portanto foi em vão.
A pobre mocinha comeu o pão que o diabo amaçou!





Batia de porta em porta pedindo abrigo. Mas como disse anteriormente, o povo daquele tempo não aceitava uma moça se engravidar antes do casamento.
Ninguém lhe dava serviço. Assim ela foi vivendo de esmola de um canto para outro.
Um dia na beira de uma estrada ela deu a luz um lindo menino. Pela obra do onipotente; ela fez o seu próprio parto!





Chorando de dor, não encontrou outra solução. Como não tinha condições de cuidar do menino; deixou-o jogado na beira da estrada, embrulhando-o com apenas pedaço de pano.
Pensava ela, logo vai passar alguém, e, salva o meu filho. Desesperada saiu dali chorando.
Um caminhoneiro ia passando e viu aquela criança na beira da estrada, parou imediatamente o veículo. Colocou a criança na cabina e partiu direto para o hospital mais próximo. O médico e as enfermeiras cuidaram do bebê e batizaram o menino.
O caminhoneiro era solteiro. Morava sozinho, mas mesmo assim resolveu cuidá-lo. Por força do destino, aprendeu tudo depressa. Cuidava da criança como um verdadeiro babá.
Todo lugar que ia, levava o garoto. Dava de mamar na mamadeira, trocava de fralda, etc.. O garoto foi crescendo muito esperto e inteligente.



Como o caminhoneiro havia ganhado muito dinheiro; vendeu o caminhão e comprou uma fazenda no triângulo mineiro.
Comprou uns gados e começou a cuidá-los.
Queria muito que o filho adotivo fosse um doutor, mas, o menino agora já moço, insistia em ser caminhoneiro como o seu pai.





O fazendeiro respeitou a vocação do filho e lhe deu um caminhão zero.
O moço começou a viajar por esse mundo de Deus, tornando-se um hábil
motorista igual o seu pai adotivo, sobre o qual ele tinha muito orgulho.
Um dia, numa bela tarde de Domingo, o seu pai descansando na varanda, chamou o filho e começou-lhe a contar toda a verdade.
Eu não sou teu pai verdadeiro! “Encontrei-te na beira da estrada enrolado por apenas um pano. Como meu dever de ser humano, levou você ao hospital, o médico e a enfermeira te cuidaram e foram os padrinhos.
“Perdoe-me se não lhe contei isso antes porque temia uma reação negativa sua”.
O moço mais comovido ainda abraçou o pai com força e daquele dia em diante passou a amá-lo ainda mais!
Certo dia, o moço ia com uma carga importante para São Paulo, como já estava atrasado, estava com o pé afundado no acelerador. Correndo mais de cem por hora, quando uma louca se joga na frente do veículo.
O moço, muito hábil motorista, meteu o pé no freio. O mesmo parou em cima da mulher.
O motorista desceu furioso, e começou a chamar-lhe atenção, furioso.



-“Se a senhora quer se matar procure outro meio. Não sabe que a sua atitude poderia me comprometer”!
 A pobre mulher chorando, começa a contar a sua triste história.







“-” Quando eu era moça queria muito ajudar meus pais. Conheci um caminhoneiro e comecei a namorá-lo pensando em dar o golpe do baú.
Acontece que, com o tempo, comecei a me apaixonar por ele. Entreguei-me antes do casamento. E quer saber mais o que aconteceu? Ele me deixou esperando na porta da igreja.
Meu pai, homem rude do sertão, não me aceitou mais em casa e mandou-me embora.
Eu comi o pão que diabo amaçou. Passei fome, passei frio. Virei pedinte, pois ninguém me dava serviço nem de lavadeira.






“Não encontrando solução, deixei o meu filho na beira da estrada rezando para que ali
 passasse uma pessoa caridosa e o cuidasse”.
Na mesma hora o moço entendeu tudo o que se estava se passando.
O destino foi caprichoso. O seu pai adotivo era na realidade o seu pai verdadeiro.
“Abraçou- a chorando de emoção e disse:-” Não precisa falar mais nada.



“Sobe na cabina e vamos encontrar o canalha que te deixou na porta da igreja”.
Partiram imediatamente para a fazenda do seu pai.
O velho quando viu a mulher, desmaiou!
Embora ela estivesse bem mais velha, o fazendeiro a reconheceu.
Pediu perdão por aquela atitude covarde de deixá-la na porta da igreja, porém, foi compensado pela atitude heróica de ser pai a mãe ao mesmo tempo, sem saber que estava criando o seu próprio filho.
O moço conseguiu entregar a mercadoria com atraso, mas valeu à pena.
Logo ele se casou, deu um lindo neto aos seus pais e foram felizes para sempre.
                                                 Obs. Este caso é uma obra de ficção.
                                                 Qualquer semelhança é pura coincidência.
                                                                             
 














                                       

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