Ditão era um honesto
Fino, de vasta cultura
Muitos anos ele trabalhou
Aqui em nossa prefeitura
Tinha um imenso valor
Homem de envergadura
Simpático e carismático
Sua alma era uma candura
Tinha pouca experiência
Em matéria de amar
Já na faixa dos quarenta
Nunca ouvi alguém falar
Que o nosso amigo Ditão
Fosse homem de namorar
Porém conheceu uma senhora
E levou-a para morar
De repente a notícia
No bairro se espalhou
Que um senhor de moto
A sua amada levou
Logo no dia seguinte
Uma vizinha me contou
Que o Ditão estava morto
A vizinhança se chocou
Ainda não fiquei sabendo
Se ele próprio se matou
Ou foi porque bebeu demais
Ou o coração não agüentou
Só sei dizer que o Ditão
Para nós se acabou
Foi-se embora o nosso amigo
Mas saudade ficou
Eu termino os meus versos
Com grande dor no coração
Fico agora a imaginar
Aqui eu com meu botão
Como é que pode um homem
De fina reputação
Cair no laço do demo
E morrer por uma paixão
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