terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A tragédia do meu cunhado Luizão


Como tenho dom da rima
Esse dom que Deus me deu
Rimando vou contar
A tragédia que aconteceu
Do meu prezado cunhado
Que tão jovem faleceu
De um enfarto fulminante
Por um segundo, um instante
Seu coração não bateu

Há sete meses atrás
Sua esposa havia falecido
Uma pessoa bondosa
Amava muito o marido
Muita gente sentia inveja
Daquele casal tão unido
O seu falecimento
Pra ele foi um tormento
Ficando muito abatido

O maldito câncer maligno
Levou a pobre coitada
Deixando todos nós
Com a alma despedaçada
Ele caiu numa depressão
Não se importava com mais nada
De vez em quando no violão
Cantava uma canção
Dedicando a sua amada

Eles eram meu vizinho
Ouvia sua lamentação
Comigo desabafava
Falava de sua paixão
Contou-me um dia desses
Com muita preocupação
Que sonhou com sua amada
Ela lhe dando risada
lhe apontava um caixão

No sonho ela dizia:
-Você já cumpriu sua missão
A sua hora chegou
Mas não desespere, não
Breve estaremos juntos
Felizes nesta dimensão
Você será bem-vindo
Aqui tudo é muito lindo
Não existe tribulação

O Senhor já perdoou
Todos os seus pecados
As nossa brigas por ciúme
Por mim também foi perdoado
Brevemente você estará
Eternamente do meu lado
Sei dizer que esse sonho
Um pesadelo medonho
Deixou o moço abalado

Um dia desses o telefone
Tocou eu fui atender
Era o seu filho
Do pai queria saber
Mandei minha esposa chamá-lo
Não ouvindo ele responder
Assim que entrou no seu quarto
Notou que foi um enfarto
Havia acabado de falecer

Ela saiu correndo e gritando
Pela morte do irmão
Ninguém consegue conformar
Com a terrível situação
Toda vizinhança abalou
Com a morte do Luizão
Ele era um moço decente
Íntegro e transparente
De fina reputação

O seu nome Luiz Gonzaga
Em homenagem ao rei do baião
Por ser forte musculoso
Era chamado de Luizão
Mais os amigos mais íntimos
Por ser muito brincalhão
Ele foi apelidado
Um alcunha engraçado
Lhe chamavam de burrão

A morte dele e de sua esposa
Deixou-nos todos abalados
Porém temos que aceitar
O que por Deus foi programado
Está sendo muito difícil
Ao senhor tenho orado
Para consolar nossas famílias
E ninguém fugir da trilha
Aceitar o que foi traçado

Enquanto Deus me der vida
E inspiração para rimar
Vou fazendo minhas rimas
Esperando Deus me chamar
Ninguém sabe o dia e a hora
Não podemos vacilar
A morte vem como ladrão
Somente com oração
Nossa alma pode se salvar

W ilson é o meu nome
I nspirado sou pelo Senhor
L evo  a vida que me leva
S ó faço tudo por amor
O que escrevo é verdadeiro
N ão me julgue um impostor

M eu apelido é pintaeta
O nde chego não tem tristeza
R imo verso na hora
A lguém critica a minha proeza
I mporto-me somente
S e o crítico faz com certeza












Comentários

09/12/2012 19:48 - Reri Barretto
Um texto cordelistico inteligente,apesar do assunto tristonho!Pintaeta,o nosso cordelista de textos sábios!Abraços e que Deus continue nos abençoando.
06/12/2012 22:29 - Tiago Duarte
Muito bom, poeta. Em cordel, relataste a perca dos teus ente- queridos. Ficou muito legal. Eu também sou da roça. Falamos a mesma língua. O poeta tem grande talento. Parabéns!

Sobre o autor
pintaeta
Itanhandu/MG - Brasil, 68 anos
217 textos (8107 leituras)
(estatísticas atualizadas diariamente - última atualização em 11/12/12 17:09)

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